domingo, 28 de setembro de 2008

Brasil, a potencia atrasada (28 de Setembro de 2008)

Faz hoje dois meses que cá chegámos. O tempo passa a voar quando o divertimento é mais que muito. Neste post que escrevo passados 2 meses de cá estar, vou falar um pouco de tudo o que não funciona nesta cidade.


Os problemas começam logo mal escrevo este post. Escrever um post ou fazer qualquer outro tipo de actividade que envolva internet não é facil nesta casa. A internet funciona pior que mal e de 10 em 10 minutos, mais ou menos, alguem tem que se levantar para ir desligar e ligar o router que não aguenta mais de 10 minutos seguidos a distribuir internet pela casa. A outra solução, bem brasileira, é ligarmo nos a internet do vizinho que não está protegida. No entanto, o vizinho tambem tem problemas com o seu router que em média nao aguenta mais de 15 ou 20 minutos seguidos ligado.

Adiante. Enquanto escrevo este post e olho para a telvisão lembro me doutro problema que tivemos. Quando cá chegámos em Julho ligámos para a NET (tv cabo) e pedimos um certo pacote com uns certos canais. A meio de Setembro cortam-nos os canais mais importantes sem qualquer tipo de justificação. Assim ficámos sem ESPN1, ESPN2 (e portanto sem champions league), Telecines e ainda a SIC Internacional. Numa tentantiva de tentar perceber o que se passou decidi ligar então para a NET. A chamada foi rápida e pouco eficaz. A NET não tem nenhuma linha verde e não nos retorna a chamada. Passados 14 minutos a falar ao telefone com as senhoras da NET, que me encaminharam para 4 pessoas diferentes e me pediram 10 vezes o CPF (contribuinte) e o meu nome, fiquei, obviamente, sem dinheiro no telemovel. Conclusão, nada se resolveu e ficámos sem os ditos canais.

O telemóvel tambem não é nenhum objecto fácil de se utilizar no Brasil. Em julho aderimos à rede TIM porque é a rede que a maioria dos portugueses usa e tambem porque tem uma espécie de Vodafone Extreme mas com créditos. Se é que percebi bem o homem da TIM, carrego o meu celular com 10 reais e depois de usar 6 reais ganho 60 creditos, sendo que cada credito é 1 minuto de chamada à pala. Nunca funcionou como me explicaram ou então nao percebi nada. Tanto tenho 102 creditos e faço uma chamadinha de 37 segundos, como no segundo a seguir tento fazer outra chamada e quem me atende é uma voz electronica a dizer que eu nao tenho dinheiro nem creditos. Enfim...

Mas se acham que tudo isto é pouco, então vou vos contar mais umas coisas.

Todos os dias acordo com um ruido pouco harmonioso e monótono. Nada mais nada menos que umas boas marteladas mesmo por trás da minha cama que começam as 8, 9 da manhã. É o vizinho a querer mudar a casa toda. Infernal. Mas pior, quando penso que acabou ou que o homem que martela foi tomar o pequeno almoço, começam marteladas na parede mesmo do prédio. Estão a remodelar as fachadas todas do prédio e começaram logo pela nossa. Nos momentos de intervalo, em vez de tarem quietos, começam a dar marteladas no ferro da varanda como se fosse um tambor e a cantar umas musiquinhas brasileiras. Sem mais hipoteses para dormir, levanto me, dirijo me para a sala e tenho dois homens na minha varanda tranquilamente à conversa. "E ai parceiro?" dizem me sorridentes...


Apetece sair de casa para nao aturar marteladas mas infelizmente em Setembro não tem sido fácil porque o tempo não tem ajudado.

Outra coisa não menos chata são as ciclovias. Está bem que no Rio de Janeiro, e sobretudo na zona sul, temos a grande vantagem de ter ciclovias para todo o lado. No entanto, estas ciclovias são motivo de stress. Os cariocas parece que não sabem andar na rua. O melhor exemplo disso é a ciclovia até à universidade. Saio de casa e sigo caminho até à faculdade até passar numa parte da ciclovia que tem uma série de paragens de autocarros e de vans. Em vez das pessoas esperarem no passeio esperam em plena ciclovia e ai começa o meu slalom pelo meio das pessoas que ficam indignadas comigo por eu estar a ir de bicicleta pela ciclovia. Não percebo e irrita-me.

Como o tempo tem estado fraco inscrevemo nos num clube de video. É sempre um risco ir alugar dvd's ao blockbuster de cá. Trazemos sempre duas opções para casa porque a probabilidade dos dvd's funcionarem é muito fraca. Olha se para o cd e parece que esteve alguem de proposito com uma faca a riscar aquilo tudo. Os dvd's so nao veem partidos por acaso. A vergonha daquele clube de video é tanta que um dia entregámos um dvd que nao conseguimos ver e ainda nos pediram uma multa de 20 reais. No entanto, continuamos a arriscar os alugueres de dvd's.

Existem mais uma série de coisas de terceiro mundo nesta cidade. Mais um pequeno exemplo, são os tiroteios que se ouvem quando é golo do Flamengo. Mas isso não é nada grave e tambem tem o seu quê de piada.
Nunca esquecer que sao muito mais as coisas boas do que as más.

Grande beijinho e abraço,

Vasco


ANGRA DOS REIS



LIGAÇÃO BRASIL - ARGENTINA, AO TELEFONE, XICO PATRICIO

NOITE DE PÓQUER


BENFICA - SPORTING, ANTES E DEPOIS.


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Centro

Mais um dia no Rio...

Acordámos cedo (alguns), tomámos o pequeno almoço e seguimos todos para as aulas, excepto o Pedro que foi para a Bahia em negócios.
Regressados das aulas sem grande coisa para fazer o resto do dia, uma vez que o céu estava muito enublado e a temperatura baixa, eu e o Ribas decidimos ir visitar o centro do Rio.
Fomos lá almoçar e dar umas voltas para conhecer o outro lado da cidade...o lado onde pára o circo e começa o trabalho (em algum lado tinha de haver trabalho!!).

Aqui fica a foto reportagem da nossa visita...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Primeiros hóspedes

Na semana passada tivemos o maior prazer em receber cá em casa as duas primeiras visitas - O Costa e o Gordo - que ao fim de aproximadamente um mês chegaram ao rio depois de descerem o amazonas e a costa brasileira.

Infelizmente o tempo não ajudou muito, só em 2 dias não choveu (esta cidade com chuva pára), e a rotina dessa semana foi passada maioritariamente em programas caseiros e nocturnos, entre as aulas obviamente. Por outro lado, se assim não fosse não teriamos tido a oportunidade que tivemos para as grandes conversas que se sucederam, entre os complexos raciocinios do Costa em pleno jogo de Pro Evolution, e as subtis iniciativas do Gordo para ir dinamizando o tempo.

Foi nesta semana que vi pela primeira e quarta vezes um dos melhores filmes de sempre "Into the Wild", e cá em casa ultimamente só se ouve a sua banda sonora (mestre Eddie Vedder).

Quanto às noites, tenho 3 palavras: Scala, Kathmandu e Jaqueline... as fotografias falam por si:


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Técnica de paleio

Ele: "você é linda"

Ela: "obrigada"

Ele: "Eu sou itáliano"

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Boca mi buen amigo

Mais um minuto da festa que é o Boca Juniors. Desta vez, uns minutos antes da equipa entrar em campo. E tambem uma amostra da vista do meu lugar para o campo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

5 dias, 5 noites em Buenos Aires

Quarta feira passada arranquei de manhã para Buenos Aires com o objectivo de visitar os meus amigos que para lá andavam, visitar os que vinham do Chile para lá, e ainda obviamente visitar a cidade uma vez mais, visto que já lá tinha ido uma vez apenas para fazer turismo.
1º dia
Cheguei ao Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, cerca das 4 da tarde de quarta feira e segui directamente num Remis, uns taxis mais seguros pois Buenos Aires não é uma cidade totalmente segura, em direcção a casa deles. Chegado a casa deles deparo me com um cenário inesperado. A RTP Internacional está a fazer uma reportagem sobre alguns portugueses a viverem em Buenos Aires, e eles obviamente fizeram parte da reportagem. A reportagem apesar de ser interessante já fartava pois prendia lhes uma data de horas por dia... Por exemplo, punham o Patricio a sair da Universidade com os cadernos de baixo do braço so para fingir para as filmagens que ele ia lá estudar.

Fui muito bem recebido e à boa maneira argentina na primeira noite fizemos uma parrilhada. Uma parrilhada é um churrasco mas com carne argentina e portanto com nacos de carne gigantes. Que Buenos Aires é barato já toda a gente sabe, e por isso nao fiquei especialmente chocado com os preços do supermercado. Depois de algumas quilmes em casa segui com o Nigra, Patricio e Coimbra para uma discoteca enorme, comparada com as do Rio de _Janeiro, chamada Museo. No Museo passava o Peru-Argentina em cerca de 20 ecrãs gigantes. Quando foi golo, a discoteca foi abaixo. A entrada foram 30 pesos, ou 6 euros. "Carissimo" diz o Nigra, habituado a ainda mais barato. Depois dessas discoteca fechar ás 4 da manhã seguimos para outra chamada Asia de Cuba onde se pagou 50 pesos à porta. O Asia de Cuba é a discoteca mais cara de Buenos Aires segundo dizem, mas para mim estava ao nivel da mais barata do Rio de Janeiro.

2º dia

Depois de dormir bastante bem acordei e fui passear por Buenos Aires com o tio Patricio. Saimos e fomos dar umas voltas por Palermo mais para ver lojas e comprar algumas coisas do que para ver sitios culturais. A caminhada a pé serviu sobretudo para ver a vida que Buenos Aires tem. São milhares e milhares de pessoas a andarem a mil à hora por todas as ruas. Parecem formigas a caminharem sem sentido. Após uma longa caminhada voltámos para casa pois vinha ai mais uma noite...

Desta vez só foi o Nigra, Patricio e eu sair à noite. Antes da noite, fomos jantar a Palermo a um restaurante que eles tanto gostam chamado Parrilha 22. Para quem conhece o Alfredo em campolide, é uma especie de Alfredo um bocado mais chique. A seguir a uma bela jantarada veio a minha primeira surpresa em Buenos Aires. Entrámos numa discoteca completamente alternativa que à quinta feira tem um show. A discoteca chamava se Niceto mas às quintas transformava se em Club 69. Não dá para descrever por palavras o que é o show mas dá pa ter uma ideia pelas fotografias. Uma noite completamente diferente e alternativa, mas muito boa!


3º dia

Acordei no sofá da sala na sexta-feira e fui almoçar com o Antonio Botelho e o Manuel Coimbra ali na recoleta. Mais uma vez, dei corda aos sapatos e fiz me ao passeio. Primeiro dar umas voltas na recoleta, perto do famoso cemitério onde está sepultada a Evita Perón, e depois segui para a Calle Florida. A calle Florida deve ser dos sitios com maior densidade populacional do mundo e se nas ruas normais as pessoas andam a mil, na calle Florida andam a cem mil! Por estes lados de Buenos Aires ainda deu para assistir à sempre impressionante dança argentina, o tango! Cansadissimo de tanta caminhada, tive que apanhar um taxi de volta a casa. Seguia-se mais uma noite...





Para esta noite quem veio foi o Penim, o Ricardo, o Coimbra, o Toni e o Max, um americano amigo deles. Antes de seguir para uma discoteca chamada Rumi, tivemos na Praça Serrano a beber umas Quilmes. A Praça Serrano é uma praça cheia de bares e á sexta está cheia de gente.


Seguimos então para a discoteca Rumi. A Maneira mais simples de descrever o Rumi é dizer que é uma especie de Garage com as argentinas mais novinhas e todas bem arranjadinhas. Tocar nelas, nem com os olhos...



4º dia

Sábado acordo com o barulho ensurcedor da campainha de casa deles. Visto que eu é que dormia na sala tive que ser eu a ir abrir a porta... Quando abro a porta lá me aparecem 2 tipos de quem tinha saudades, Jorge e Draka! Abraço depois de abraço sentámo nos na sala para trocar ideias do que andamos a fazer em erasmus. Parece que no Chile, apesar de terem tido algum estudo, tambem há bastante "palhaçada". Fiquei foi impressionado com o cabelo do Draka que já está bastante grande. Faço ideia como é que vai estar quando tiver com eles daqui a um mês...

Saimos de casa para ir dar voltas pela cidade. Seguiu o Nigra, Jorge, Patricio, Draka e eu. Fomos então pela Calle Florida até Puerto Madero, passando pela casa do Presidente da Argentina, a casa Rosada. Foram alguns quilometros a andar e mais uma vez tivemos que voltar de taxi.






Apesar do frio que se fazia sentir, a noite já começava a aquecer e fomos os 9 portugueses jantar ao Parrilla 22. O jantar foi bem bom e mais uma vez, depois de algumas Quilmes, seguimos para uma discoteca. Desta vez era o Krobar. O Krobar era uma discoteca maior que ao Lux, tanto que nem vi toda, e com um som tipo Lux nos seus melhores dias. Entrámos e perdemo nos todos e por isso no fim da noite foi cada um a chegar à sua hora.



5º dia

Chegou o grande dia! Acordei e só pensava na ida ao mitico Bombonera. Mal acordei, ás 2 da tarde, acordei a casa toda para irmos para o estadio. Como alguns demoram mais tempo que outro a arranjarem-se, sai de casa com o Penim, Ricardo e Coimbra e seguimos no autocarro 152 para o Estádio La Bombonera. Já não havia bilhetes para o grande clássico Boca - Independiente e por isso tivemos que confiar na candonga. Fomos para o meio da maior claque do Boca e uma das mais conhecidas do mundo, a La 12. As pessoas que frequentam essa claque são todas chungas e mitras, mas nós estávamos vestidos a rigor.





Curiosidades do Boca: As cores do boca, amarelo e azul, foram escolhidas ha 100 e muitos anos quando os fundadores do clube discutiam as cores do clube, decidiram que seriam as cores da bandeira do primeiro barco que passasse ali ao pé do porto de La Boca. Passou um barco da Suécia e assim ficaram as cores...

Os placares gigantes da coca cola que patrocinam o Boca estão a preto e branco porque encarnado e branco são as cores do rival River.




Durante o jogo foram 90 minutos sempre a cantar e a abanar o braço. Até porque, quem não canta ou não abana o braço depressa leva caldos ou é insultado pelos outros, "eres de river cabrón!!" Enfim... o que dizer desta ida ao bombonera? UMA LOUCURA!

Depois do jogo ainda tive tempo de ir dar um salto ao famoso Caminito.

Tinha que sair de casa às 4 da manhã e por isso alguns esperaram comingo que eu fosse embora... Uma ultima Quilmes numa fantastica estadia em Buenos Aires.
Esta estadia ainda me ensinou mais algumas coisas sobre a crise financeira que se passa em Buenos. Por exemplo, não sabia que havia uma imensa escassez de moedas que tanto jeito dão para os colectivos, autocarros. Aproveitei tambem para densevolver o meu espanhol, que ficou um bocado mais "hermoso"
Obrigado a todos os que me receberam em Buenos Aires. Adorei!
PS: Quem saltou do barco foi o Ribas!